quinta-feira, 22 de março de 2012

Imigrei e agora?


Para mim que nao moro mais no Brasil ha 11 anos, mesmo tendo ido varias vezes e ficado ate por 18 meses la, eu ainda estava de ferias, sem vinculo de trabalho, estudo ou rotina, so estava vivendo a vida, como uma aposentada precoce, como eu me descrevia.
Mas quando a gente decide morar num outro pais e refazer a vida, reconstruir nossa historia, ai é outra estoria!
Ja me sinto dividida desde 2001 quando conheci as terras australianas. Quando a gente decide morar forar do nosso  pais, perdemos o ninho. Nao pertencemos a um so lugar, somos do mundo.
Sensaçao boa de liberdade.
Sensaçao desconfortavel de nao ter raizes profundas.
Para mim nao é mais possivel me sentir totalmente inteira no Brasil, pois sempre sentirei falta das vantagens dos outros paises nos quais que vivi, como ao mesmo tempo, nunca serei local, nascida, criada, em nenhum outro pais que nao o nosso tupiniquim verde e amarelo.
A espera para a vida começar a acontecer num outro pais se inicia desde os primeiros passos do processo para sermos aceitos pelo pais escolhido, independente do motivo e de qual processo fazemos. E depois, a espera continua quando  finalmente  chegamos  sao pais e reiniciamos toda a nossa vida.
Começa entao, a espera para a profissao acontecer, o dinheiro se fazer, o numero de amigos aumentar, decidirmos em qual profissao vamos edificar nossa energia, onde vamos morar, comprar ou alugar um imovel e etc.
Vamos mudar de provincia? Ingles, frances, bilinguismo? 
Estudar tempo integral ou trabalhar? Da para trazer a familia? E por ai aumenta a lista das incertezas.
Existem as doenças do imigrante e nao é sem motivos, nosso nivel de stress é alto e constante, a qualidade do nosso sono, sonhos, alimentaçao, saude (e doenças) é alterada.   Nos estamos alterados.
E permanentemente!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Novos imigrantes custam mais para o Canada.


15 mars 2012 |
Les immigrants arrivés récemment au pays coûtent plus cher aux contribuables canadiens que leurs prédécesseurs, selon une étude dévoilée l'Institut Fraser.
Les immigrants arrivés récemment au pays coûtent plus cher aux contribuables canadiens que leurs prédécesseurs, selon une étude dévoilée pr l'Institut Fraser.


 (Photo: Reuters)
L'organisme estime le fardeau fiscal qui s'ensuit de plus de 16 milliards de dollars pour 2011 et revendique une révision des critères d'immigration. Les nouveaux arrivants entrés au pays entre 1987 et 2004 ont ainsi perçu 6000 $ de plus en services publics chacun qu'ils n'ont payé d'impôts en 2005, d'après les données compilées par cet organisme de recherche en politiques publiques.
Les auteurs de l'étude expliquent que la cohorte étudiée réussit moins bien économiquement -et de façon significative -que les immigrants qui se sont établis au Canada avant 1987.
L'écart entre les revenus perçus par les immigrants et ceux de la moyenne du pays s'est d'ailleurs creusé. L'Institut évalue le salaire moyen des immigrants à 72 % de celui de la moyenne des Canadiens. Ce qui a pour effet que " les immigrants qui ajoutent au nombre de citoyens percevant de faibles revenus obligent ceux qui ont des salaires plus élevés à payer plus de taxes ", déplorent les auteurs de l'étude.
Une dure performance économique
" Ces immigrants ont eu une performance économique bien pire que les immigrants arrivés plus tôt pour plusieurs raisons ", peut-on lire dans l'étude. "
Leur présence en plus grand nombre, leur pays d'origine qui diffèrent de ceux de leurs prédécesseurs, ainsi que les changements dans une politique d'immigration qui met moins l'accent sur l'employabilité et lui préfère des critères plus difficiles à mesurer : le niveau d'éducation achevé, la connaissance des deux langues officielles et des objectifs humanitaires, tels que la réunification de familles. "
Réforme du processus d'immigration
L'Institut Fraser réclame donc une révision des critères d'immigration.
"Accroître la part allouée aux besoins du marché du travail dans la sélection des immigrants serait probablement favorable au Canada ", indique le rapport de recherche.
Ainsi, " cette étude démontre que les immigrants qui ont été choisis sur la base d'offres d'emploi préarrangées remportent un bien meilleur succès économique ", poursuivent ses auteurs.

domingo, 11 de março de 2012

Ainda sobre imigracao e retorno ...

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1057464-foi-um-choque-voltar-ao-interior-conta-brasileira.shtml

'Foi um choque voltar ao interior', conta brasileira
AMANDA LOURENÇO
JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Voltar para o Brasil depois de ter morado no exterior pode gerar saudade tão grande que causa até depressão. Essa é a chamada "síndrome de regresso", termo cunhado pelo neuropsiquiatra Décio Nakagawa para designar certo "jet lag espiritual" que aflige ex-imigrantes.
Leia depoimentos de pessoas que sofreram com o problema:

Silvia Zamboni/Folhapress
A gerente de salão de beleza Eliana Rodrigues, 38, em Campo Belo, bairro onde trabalha
A gerente de salão de beleza Eliana Rodrigues, 38, em Campo Belo, bairro onde trabalha

'Foi um choque voltar ao interior'
"Eu amava Londres, fiquei lá por um ano, mas precisei voltar por causa de um problema pessoal. Foi um choque enorme sair daquela capital linda, tão organizada e com tanta cultura e informação para chegar a Lorena (a 220 quilômetros de São Paulo), cidade onde a minha família mora.
Fiquei muito abalada com a volta, tanto que cheguei a engordar 15 quilos em dez meses. Meus amigos de lá não entendiam essa minha tristeza, eles se sentiam ofendidos e me taxavam de frustrada.
Foi então que decidi ir pra São Paulo e correr atrás de um emprego. Meus amigos da capital conseguiam me entender melhor. Uma amiga que é médica acabou me prescrevendo antidepressivos. Agora eu estou bem, gosto daqui, mas se tivesse que voltar para Lorena acho que enlouqueceria.
Na verdade, eu gostaria mesmo era de ter nascido em Londres, não porque eu me incomode em ser uma estrangeira lá, mas porque minha família e alguns bons amigos estão no Brasil. Se eu tivesse nascido na Inglaterra não teria esse problema."
Eliana Rodrigues, 38, gerente de salão de beleza
'Passei a sofrer de insônia'
"Quando eu estava no Canadá, onde vivi por cinco anos, pensei várias vezes em voltar ao Brasil. Eu achava as pessoas muito frias e indiferentes por lá. Isso fazia eu me sentir solitário, tinha saudade dos amigos e da família.
Ao voltar para minha cidade, Porto Alegre, as coisas não saíram como eu planejava. Mantive bom relacionamento com a família e os amigos, mas percebi que eu tinha mudado bastante, enquanto as pessoas que conviviam comigo continuavam iguais.
O que mais me incomodou foi a questão da carreira: sou engenheiro de computação e acho que no Brasil não há valorização de profissionais qualificados. As empresas preferem pagar menos para qualquer um.
Após ter estudado e trabalhado no exterior, tive dificuldade para me recolocar no mercado. Esperava um salário melhor, que nunca veio.
Fiquei deprimido e passei a sofrer de insônia. Um ano depois de ter voltado, ainda não me adaptei nem consegui organizar minha vida. Estou avaliando a possibilidade de ir embora novamente, dessa vez para sempre".
Carlos Moreira (nome fictício), 29, engenheiro de computação

Nostalgia e decepção com o país levam à depressão do retorno

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1057457-nostalgia-e-decepcao-com-o-pais-levam-a-depressao-do-retorno.shtml

AMANDA LOURENÇO
JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nostalgia, perda de liberdade, frustração e decepção com o próprio país são alguns motivos que levam à síndrome do regresso, cujo sintoma mais comum é a aparente recusa em viver no presente.
"Foi um choque voltar ao interior", conta gerente de salão de beleza
Retorno ao Brasil pode gerar até depressão em ex-imigrantes
"Enquanto mora fora, a pessoa tende a idealizar a própria terra", diz Roosevelt Cassorla, professor de psicologia da Unicamp.

Silvia Zamboni/Folhapress
A tradutora Paula Taverneiro, 30, no centro de São Paulo, perto do escritório onde trabalha
A tradutora Paula Taverneiro, 30, no centro de São Paulo, perto do escritório onde trabalha

Foi o caso de Danielle Cassar, 24. Ela vivia na Irlanda desde 2009, até que engravidou do marido maltês, há dois anos, e decidiu voltar e criar o filho no Brasil. A nostalgia a fez esquecer da burocracia tropical: "Viemos com a intenção de investir em imóveis, mas nem conseguimos abrir conta no banco. O casamento entrou em crise", diz.
Ela se sentia culpada por ter trazido o marido a um lugar onde nada parecia dar certo. O casal mudou para Malta, país a 93 km da Itália, e os problemas sumiram, segundo Danielle: "Hoje sei que não me readapto ao Brasil".
A modelo Marina Mesquita, 22, sabia que violência urbana era um problema em São Paulo, mas sofreu um choque de realidade ao voltar da França. Ficou seis meses sem sair à noite.
"Tinha pânico, pedia pizza por telefone, achava inviável sair depois das 22h. Minha mãe percebeu que algo andava mal quando sofri queda de pelos do rosto e precisei de médico".
Após sete anos no Canadá, a tradutora Paula Taverneiro, 30, compara: "Aqui você só é valorizado se tem um trabalho considerado bom, de 'classe média'. Lá ninguém se importa se você é garçonete ou professora".
Como aqui não era o caso de servir mesas, Paula ficou um ano sem emprego.
ROTA DE FUGA

Editoria de Arte/Folhapress
Como se readaptar ao Brasil
(articleGraphicCaption).

No retorno, leva vantagem quem conheceu mais lugares e tem perspectivas no Brasil, diz Marina Motta, gerente de intercâmbio do STB (Student Travel Bureau), em Recife.
"Nada como conhecer outro lugar para se desapegar do 'primeiro amor'", diz.
A gerente fez 11 intercâmbios de 1996 a 2001. No primeiro, tinha 14 anos. "No começo, sua base de comparação é pequena, então você supervaloriza o que é de fora. Adicionar outros países e valores na balança ajuda a ver que toda cultura tem seus pontos baixos."
Aos 15, Marina tinha duas certezas: não iria morar no Brasil nem casar com brasileiro. Hoje, aos 30, mora em sua cidade natal e é casada com um rapaz que cresceu perto de sua casa. "As primeiras viagens são de deslumbre, tudo é perfeito. Depois a gente cria casca e passa a ser mais justo com o Brasil."
A economia do país, acredita, ajuda a reduzir a depressão da volta: "Alguém em início de carreira tem mais chances aqui do que na Europa".

De volta ao país, brasileiros sofrem 'síndrome do regresso'

Decidi dividir esse link com voces, porque achei o artigo interessante, repleto de informacoes a serem digeridas por nos os sem ninho! Como costumo me auto definir.
 
 
AMANDA LOURENÇO
JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


A crise dos países desenvolvidos está levando muitos brasileiros a fazerem as malas de volta para casa. Segundo o Itamaraty, 20% dos que moravam nos EUA e um quarto dos que moravam no Japão já retornaram desde o começo da recessão, em 2008.
"Foi um choque voltar ao interior", conta gerente de salão de beleza
Nostalgia e decepção com o país levam à depressão do regresso
O relatório de 2011 sobre a população expatriada sai no fim deste mês, e a taxa de retorno deve ser ainda maior. Há tanta gente comprando a passagem de volta e tanta dificuldade de reintegração ao mercado de trabalho brasileiro que o Itamaraty lançou o "Guia de Retorno ao Brasil", distribuído nas embaixadas.
O caminho de volta pode gerar depressão. É a "síndrome do regresso", termo cunhado pelo neuropsiquiatra Décio Nakagawa para designar certo "jet lag espiritual" que aflige ex-imigrantes.
Morto em 2011, Nakagawa estudava a frustração de brasileiros que voltavam ao país após uma temporada de trabalho em fábricas japonesas.
"A adaptação em um país diferente acontece em seis meses, já a readaptação ao país de origem demora dois anos", diz a psicóloga Kyoko Nakagawa, viúva do psiquiatra e coordenadora do projeto Kaeru, de reintegração de crianças que voltam do Japão.
BONDE ANDANDO

Silvia Zamboni - 27.fev.12/Folhapress
O gerente de marketing Rafael Marques, 33, no centro de São Paulo
O gerente de marketing Rafael Marques, 33, no centro de São Paulo

Se ao sair do país o imigrante se cerca de cuidados para amenizar o choque cultural, no retorno a ilusão é de que basta descer do avião para se sentir em casa.
"Retornar é uma nova imigração", diz a psicoterapeuta Sylvia Dantas, coordenadora do projeto de Orientação Intercultural da Unifesp. "A sensação é de que perdemos o bonde, estamos por fora do que deveríamos conhecer como a palma da mão."
Quando voltou do segundo intercâmbio no Canadá, o gerente de marketing Rafael Marques, 33, descobriu que havia ficado para tio: "Todos os meus amigos estavam casados, com outras prioridades. Demorei meses para me situar". Resultado: deprimiu. Recuperado, hoje ele trabalha com intercâmbios.
Para amenizar o estranhamento, a analista de marketing Natasha Pinassi, 34, se refugiou nos amigos feitos durante sua vivência de um ano na Austrália: "Em pouco tempo no Brasil percebi que deveria ter feito minha vida na Austrália. Já não via graça nas pessoas e nos lugares que frequentava antes. Só conversava com brasileiros que conheci no exterior".
A família pouco ajudava: "Não pude falar o que sentia. Eu me culpava por estar sofrendo enquanto meus pais estavam felizes com minha volta", diz Natasha, que tomou antidepressivos para tentar sair desse estado.
A síndrome não é exclusividade dos brasileiros. "Em minhas pesquisas com imigrantes, percebi um sentimento geral de que o país deixado não é o mesmo na volta", diz Caroline Freitas, professora de antropologia da Faculdade Santa Marcelina. "Um português me disse não querer voltar por saber que Portugal já não estaria lá."
ABANDONO
Quem sofre de síndrome do regresso é frequentemente considerado esnobe. Parentes e amigos têm pouca paciência com quem volta reclamando: "O retorno tem uma significação para aquele que ficou. Junto com saudade, há um sentimento inconsciente de abandono, ressentimento e de inveja daquele que se aventurou", explica Dantas.
Para Nakagawa, amigos costumam simplificar o processo de reintegração: "Há uma pressão para que a pessoa 'se divirta'. Na melhor das intenções, os amigos não respeitam o tempo do viajante".
Se a família também não ajudar, o ideal é procurar um psicólogo com formação intercultural. Em São Paulo, o núcleo intercultural da Unifesp dá orientação gratuita.